Empreendedorismo na crise?

POR GUILHERME SCHULZE

 

Oi, senta que vem textão.

Sempre fui curioso e observador e costumo fazer isso no meu dia-a-dia. Há dois anos, quando tive meu carro roubado, decidi utilizar o transporte coletivo o máximo que eu puder. Assim tem sido e me sinto bem mais tranqüilo. O fato de estar sentado no banco do ônibus ou na carona de um UBER me permite prestar muito mais atenção em tudo que acontece nas ruas, nas calçadas, nas paradas de ônibus, nos carros, nos UBER, nas vitrines das lojas e etc.

Por isso, tudo que estará escrito abaixo é baseado nessa observação empírica da realidade, em informações já utilizadas/recebidas anteriormente e na minha própria experiência. Ao contrário do que fazemos em todos os projetos na INEX, eu não mergulhei profundamente em dados e estudos para solidificar os argumentos abaixo. Mas, vai lá…

O Brasil vive uma das piores crises econômicas de sua história, ou ao menos da sua história recente, mas não quero aqui ficar apontando possíveis culpados. Isso já não é mais motivo de debate nas redes sociais e sim de defesas clubísticas ao melhor estilo das torcidas de futebol. A questão é que com a tal crise estão brotando placas de “ALUGA-SE” em imóveis comerciais e isso pode ser resumido em: negócios quebrando, pessoas sendo demitidas e o desemprego aumentando.

Já falei que também sou apaixonado por empreendedorismo? Pois é, sou. O que isso tem a ver? Tudo.

Venho observando, ao andar pelas ruas, iniciativas de empreendimentos brotando em muitos os lugares. É verdade que é o empreendedorismo informal e que muitos de nós consideraríamos sub-ocupações, mas são pessoas conduzidas pela emergência, que se torna urgência, que se transforma em ação. Vendedores de balas em parada de ônibus (observei um no Triângulo passar de vendedor de bala, para um feliz proprietário de três “banquinhas” de café, lanches e balas), pessoal cozinhando em casa para entregar marmitas em obras da construção civil, “padeiros domésticos” assando pão caseiro (pão caseiro, chego a sentir o cheiro), prestadores de serviços variados e especializados e motoristas de UBER são alguns exemplos de empreendedores nesses tempos difíceis. E, vocês sabem que quase todo negócio empreendido se inicia na informalidade? Pois, é.

Em alguns workshops que participo, nesse caso os que têm como objetivo fomentar o empreendedorismo junto à Arquitetos, se diz que uma das principais características de um empreendedor é o SENSO DE URGÊNCIA e essa urgência é uma constante em todos os grandes empreendedores. O que acontece, talvez, é que a crise atual obrigue as pessoas a agirem. Mas, façamos um pensamento paralelo e uma reflexão do quão OPRESSOR é empreender: incertezas, riscos, adiar ganhos futuros (possíveis), alienar bens pessoais, se endividar, trabalhar 24 horas por dia (duvida? abre um negócio pra ver se tu não pensa nele o dia inteiro), não ter férias e etc, etc, etc.

Galera: isso é pra corajoso, maluco, idealista ou desesperado. Sendo o desespero um motivo bem comum encontrado por aí…

E no Brasil então? Abrir um negócio aqui é burocrático, os juros são um abuso, cumprir as exigências fiscais é complexo e caro, e contratar é arriscado. Em resumo, nada atrativo para uma empresa nascer e se desenvolver. Tal situação faz com que, em momentos econômicos favoráveis, boa parte de nossa população economicamente ativa prefira ser empregada, se no serviço público tanto melhor.

Escrevi todo esse “bla, bla, bla” pra dizer que o país precisa mudar e ser mais favorável ao empreendedorismo, em especial agora, mas também em momentos de crescimento. Devemos aproveitar que o pessoal está na rua fazendo por si e devemos estimulá-los a continuar empreendendo quando a economia virar (“oxalá” vai virar). Isso é vital, já que TODOS SABEMOS que a maioria dos empregos e muito dos impostos que pagam a estrutura estatal são gerados por essas empresas e negócios menores.

E se, pra isso, é importante discutir a CLT, a previdência, o pacto federativo, a Constituição Nacional ou a fundação do Brasil, que seja. Por mim, resetava a estrutura pra tentar acertar a mão na nova tentativa.

Paz e Boa sorte pra nós.

OBS: em tempo, sou a favor da discussão da CLT e da Previdência, mas discordo de muitas coisas que estão nas atuais propostas.

 

Sobre o Autor: Guilherme Schulze é formado em Administração de Empresas e pós graduado em Ciência do Consumo pela ESPM-SUL. É coordenador da área de desenvolvimento da INEX – Inteligência, Estratégia e Ação, empresa de planejamento e assessoria estratégica, mercadológica e de gestão e possui experiência, de mais de 15 anos, com projetos de consultoria para empresas das mais diversas indústrias (tecnologia, construção civil, indústria química, saúde, varejo, serviços diversos, etc).  Foi Co-fundador de empreendimentos nas áreas de tecnologia, serviço e de educação e acredita que apoiar os empreendedores e o intraempreendedores é a melhor chance de melhorar o Brasil.

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A INEX é uma empresa de Inteligência, Estratégia e Ação que além de desenvolver projetos e serviços empresariais, sacia o seu ímpeto curioso através deste blog. Nele, trazemos o que há de vanguarda em diferentes áreas de conhecimento do mundo dos negócios.Te convidamos para também acompanhar as nossas redes e seja como for, se conectar conosco e compartilhar as suas idéias.

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